A sua narrativa, em palavras, é a sua história. Contá-la pode ser difícil e é normal se sentir perdida nessa hora, sem saber em que focar e como unir a sua trajetória pessoal com a sua candidatura.
Esta videoaula vai esclarecer tudo que você precisa saber para criar a narrativa da sua campanha e se destacar na multidão com a sua melhor história retratando exatamente quem você é.
Ela é ministrada por Flávia Godinho, formada em Comunicação Social pela UnB. Flávia é criadora de conteúdo digital, redatora publicitária, UX writing, fotógrafa e produtora artística. Já trabalhou em diversas agências de publicidade e startups de Brasília, no Ministério da Defesa e atualmente é criadora de conteúdo interno na Caixa Seguradora, Diretora Criativa na Coletiva Conecta e produtora de conteúdo digital na ONG #ElasNoPoder .
Sim, a quantidade de redes e plataformas digitais causa um certo desespero. Mas vai dar tudo certo, compartilhamos aqui algumas orientações sobre como definir quanta energia investir nessas ferramentas.
Uma dica é: não saia criando contas e perfis de forma aleatória. Antes, reúna sua equipe para pensarem, juntas, qual será o ecossistema digital da sua campanha política nas redes sociais . Avaliem a função e o fluxo ideal para cada plataforma. Para ajudar nessa decisão, listamos abaixo os objetivos mais comuns e seus aspectos principais:
Objetivo | Plataforma | Dica | |
Difusão | Ampliar o número de pessoas que conhecem a campanha, estabelecer o primeiro contato no meio digital e difundir suas principais ideias. | Ferramentas como Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e TikTok. | Não caia na ilusão de gerenciar um perfil em TODAS as redes. Encontre a que mais se adequa ao seu público e concentre energia. |
Informação | Centralizar informações, conteúdos e mídias da campanha, possibilitar aprofundamento em pautas e sobre a candidata. | Ter um site é a melhor opção neste caso. | Normalmente, as ferramentas em WordPress são conquistas e fáceis de utilizar. |
Mobilização | Agregar pessoas e contatos de forma organizada, comunicação direta com grupos, voluntariado e pessoas envolvidas na campanha. | Normalmente são plataformas de disparo de mensagens como Whatsapp, e-mail e SMS. | Pesquise as novas funcionalidades das comunidades no Whatsapp. Lembre-se que o Whatsapp é a plataforma de mensagens mais utilizada no Brasil. Organize grupos por território ou temáticas prioritárias para a campanha. |
Legal! Agora que você já refletiu sobre o uso das diferentes plataformas. Seguimos para o próximo passo.
Abaixo você consegue identificar desde o mínimo de pessoas e estrutura que você precisa ter até o que considera o cenário mais maravilhoso possível para sua campanha política nas redes sociais.
Você já sabe em qual estrutura sua equipe se adequa, certo? Muito bem! Depois disso, pense no coração da coisa: o conteúdo. Sem a capacidade de produzir o conteúdo de forma consistente e frequente, seu poder de mobilização para ser menor.
Uma dica essencial aqui é: faça posts com regularidade. Isso significa que talvez no seu tempo disponível só consiga fazer uma ou duas postagens ao dia, mas tudo bem. O importante é manter o fluxo e criar regras. Caso sua capacidade seja, de fato, dois posts diários, tenha isso como guia para sempre e só mude se para aumentar a quantidade, ok? Manter o ritmo é tudo!
Dica: use o Twibbon, um site gratuito de criação e adesão de campanhas para apoiar causas, marcas ou associações em redes.
O site é o lugar ideal para reunir todas as informações e materiais básicos de divulgação da sua campanha. Funciona como um repositório. Lá você pode disponibilizar as peças para que voluntárias e voluntários possam baixar, artes para as redes sociais e releases, por exemplo.
Use o site como espaço para explicar com profundidade sobre você e seus desejos enquanto candidata, assim como as propostas de campanha.
Além disso, listamos algumas dicas de conteúdo:
Uma coisa é fato, sem investir grana nas redes sociais seu alcance será menor. Então, reserve parte da sua verba para impulsionamentos.
É importante pensar esse orçamento junto a alguém que tenha experiência no assunto. Por exemplo, desde 2020 o Facebook Business, plataforma onde são realizados os impulsionamentos para Facebook, Instagram, Stories e Messenger, equiparou a sua tabela de serviços com o dólar. Isso significa que já não dá mais para investir apenas R$ 5 por postagem, por exemplo. Mesmo com essa diferença, o investimento em impulsionamento nas redes sociais ainda é muito mais barato do que outros tipos de mídia, como impressão de panfletos e até mídia paga em jornais.
Na Plataforma Im.Pulsa você encontra mais informações sobre impulsionamento de conteúdos que vão te ajudar a decidir como destinar os recursos, considerando fatores como postagens estratégicas ou o melhor período.
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Conteúdo:
Duda Alcantara, Marcelo Bolzan, Marina Frota e Tulio Malaspina
Redação:
Semayat Oliveira
Redação Final e Edição:
Dandara Lima e Victor Soares
Projeto:
Giulia Fagundes e Thaiz Leão
Facilitação:
Carol Delgado
Coordenação:
Alejandra Parra e Gabi Juns
Esses conteúdos foram desenvolvidos de forma colaborativa durante uma imersão, realizada em março de 2020, que contou com representantes de diversas associações.
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Revisão e atualização 2024:
Dany Fioravanti
As redes sociais, se utiliza da melhor forma, são uma das ferramentas mais baratas e úteis para potencializar uma candidatura. Mas não adianta conteúdos genéricos, encher as páginas com o seu número porque outros candidatos estão fazendo o mesmo. O eleitorado não se conecta com esse tipo de material. Um dos maiores investimentos para que a sua campanha seja bem definida, nas redes sociais ou em qualquer outro meio, é a sua narrativa.
Convidar o eleitor para conhecer quem você prefere é, apresentar suas propostas contando a sua história, mostrar o que te fez chegar até uma candidatura são os passos para conectar-se com eles de verdade. E foi seguindo esse pensamento, com pouco tempo, e sem experiência política, que Cristina Monteiro se lançou como candidata à deputada estadual em São Paulo nas vantagens de 2018.
Para isso, ela investiu em uma estratégia totalmente digital e visual, apostando, sobretudo, em vídeos bem estruturados e verdadeiros. Dá um confere:
“Acredito que o que funcionou muito foi que os vídeos não só eram autênticos, mas também falavam de mim como indivíduo. Era como se eu estivesse convidando os eleitores à minha casa e descobri que isso faz toda a diferença: os eleitores querem te conhecer. Assim, eu me conectava muito com eles ”, Cristina Monteiro.
Cristina aparecendo a notícia de que havia passado na seleção de seu partido em abril e só conseguiu negociar a saída do emprego no dia 15 de agosto, exatamente no Sem muito tempo, sem planejamento e com apenas o apoio técnico de um sobrinho primeiro dia de campanha do calendário eleitoral daquele ano.
e um profissional de vídeo, Cristina investiu neste formato para retratar a sua história pessoal e suas impressões sobre temas que moveram a sua campanha, como o acesso à educação e a igualdade de gênero.
Em um dos vídeos, Cristina abordou um aspecto doloroso da sua intimidade. Ainda nova, ela perdeu todo o cabelo em decorrência de uma doença automática. Ela teve medo de contar uma história e parecer apelativa, mas o vídeo teve receptividade dos eleitores por sua potência e autenticidade.
Outra estratégia envolvendo redes sociais, foi uma live com 12 horas de duração, inspirada na série House of Cards, da Netflix. Durante a transmissão, Cristina responde às perguntas sentidas pelos eleitores. Quando necessário ir ao banheiro, por exemplo, eram transmitidos vídeos de candidatos majoritários do partido.
A experiência rendeu picos de engajamento e ideia para ela surgiu após um evento fracassado, em que ela alugou um local para receber as pessoas e quase ninguém compareceu.
Mas campanha é assim mesmo, não é? Uma ideia deu errado, a gente logo tem outra pra recuperar o tempo perdido.
Cristina não foi eleita, mas religiosa 23.400 votos em uma campanha que durou apenas 45 dias. Como principais destaques, ela aponta o fato de ter realmente conseguido se conectar com os eleitores com uma comunicação humanizada e honesta.
“Não importa de onde você vem, todos nós temos uma história que vale a pena ser contada. Então, acredito que a coisa mais importante é achar uma forma de contar essa história de maneira que o eleitor se torne íntimo de você e te conheça de verdade ”, Cristina Monteiro.
Você vai encontrar aqui na Im.pulsa diversos materiais que reforçam a importância da Narrativa e de como ela deve ser guiada por aquilo que você é, como pensa e o que defende. Pois a construção de uma narrativa forte e poderosa pode projetá-la para além das metas que esperava. Esse foi o caso da campanha A Liberdade é Feminista, de Mariana Janeiro, que concorreu ao cargo de deputada estadual em 2018.
Mariana, que não fez pré-campanha e assumiu o desafio no último minuto para registro das candidaturas, apostou pesado na interação via redes sociais para conquistar seu eleitorado. E a ideia deu certo – apesar de não ter sido eleita, o partido esperava um total de 1 mil votos para a candidatura dela e ela os surpreendeu com 11 mil votos na urna e uma base sólida de mais de 10 mil seguidores no Instagram.
Os resultados pavimentaram o caminho para que ela seja pré-candidata ao cargo de vereadora de Jundiaí (SP) agora em 2020 e com as melhores condições, com mais apoio da legenda e uma rede de mulheres apoiadoras na cidade.
Esse aí é o primeiro de tópico de atenção. Mariana aponta que a construção de uma narrativa e, consequentemente, da linguagem que utiliza para dialogar com o eleitorado só foi possível porque tudo refletia tim-tim por tim-tim o que ela acredita e pensa. Ou seja, a coisa toda foi orgânica e autêntica.
Essa é uma dica que a gente reforçou bastante nos materiais aqui na Im.pulsa. Sua campanha política não tem que ser apenas sobre você, ela tem que ser fiel à você – e isso só é possível, mana, com sinceridade e autoconhecimento.
No caso da Mariana, ela já tinha uma soma de fatores a seu favor. Já tinha experiência em ter trabalhado em campanhas, já tinha uma prévia com as questões partidárias, já tinha militância e uso das redes sociais há algum tempo.
Tanto que decidiu ser uma coordenadora de campanha própria e fez tudo com a ajuda de mais três pessoas no momento de comunicação e outras 15 em mobilização.
“As pessoas chegam na minha rede social sabendo quem eu sou. Minha imagem diz uma coisa, meu texto e minha linguagem diz a mesma coisa. Por isso existe a afinidade. As pessoas querem se conectar com histórias e se porventura é a história de uma candidata melhor ainda ”, Mariana Janeiro.
Inspire-se:
“É preciso saber com quem você fala, saber com quem você quer comunicar. Porque tem pessoas que você sabe que estão abertas à comunicação com você, tem pessoas que podem se abrir para aquilo que você defende e diz. Mas tem aquelas com as quais você nunca vai se comunicar. É preciso usar a linguagem nas redes como forma de buscar apenas os dois primeiros grupos ”, Mariana Janeiro.
Durante 2020, principalmente em um cenário de pandemia de Coronavírus, uma aposta da Mariana é que as redes sociais iriam ser um espaço ainda mais importante para divulgar plataformas eleitorais. E, não é que foi isso que aconteceu?
Conteúdo revisado em 16 de dezembro de 2023.
Existe uma Lei que diz que todo o material impresso usado em uma campanha deve ser identificado com o número CNPJ da campanha, da gráfica responsável pela impressão e a tiragem de cada arquivo. Isso é bem importante! Então, grifa, marca, colore, mas não esquece de fazer isso!
Estar atenta a essa regra é fundamental, porque o não cumprimento dela tem consequências graves: você pode perder todos os seus materiais da campanha política , além de responder pelo uso de propaganda proibida e até por abuso de poder.
Outro cuidado importante está relacionado à véspera da eleição. A distribuição de materiais da campanha no local de votação ou em áreas próximas no dia anterior à eleição será considerada como propaganda irregular. O simples fato de concordar com ato de distribuição também. O recado é: cuidado com esses detalhes. Combinado?
Para ajudar com essa dúvida, consulte o Calendário de Comunicação em Calendários e Cronogramas, disponível na Plataforma Im.pulsa.
Mas a melhor dica possível é: quanto antes, melhor. Os tempos de produção variam e também dependem da gráfica. Considere o tempo de organização nesta conta: retirada e distribuição.
Basicona |
Ideal |
Maravilha |
|
Mão de obra necessária | Você e mais uma pessoa com tempo disponível. | Voluntárias destacadas especificamente para esse trabalho. | Contratação de equipe especificamente para esse trabalho. |
Material físico pré-campanha | Cartão de visita simples com a sua área de atuação ou até assumir como ‘pré-candidata’. A dica é usar uma foto sua. | Cartão + Folheto sobre você, sua história e sua causa. | Adesivo / Praguinha, Folheto, Cartão de visita com identidade visual da pré-campanha. |
Material físico da campanha | Santinha padrão, Adesivo / Praguinha, Folheto ou Santona. | Adesivo de carro / Perfurades, Cartaz, Bandeira. | O mesmo material, só que em maior quantidade. |
Distribuição | Foque em eventos que você conhece o tipo de público que estará lá. | Pontos de coletas de materiais pela cidade, além de eventos. | Invista em entregar na casa das voluntárias e apoiadoras, além de pontos de coletas e eventos. |
Tem dois lados para colocar as informações. Na frente, o recomendado é usar uma fotografia sua, seu slogan político e o número. No verso, você pode por informações complementares como o partido político, site e uma breve descrição, além de repetir o número da candidata com bastante destaque para reforçar. Caso a candidatura seja para uma prefeitura ou estado, o nome do vice deve ser 30% menor do que da titular.
7X10cm.
São maiores e podem ser colocadas mais informações que como santinhas. É uma oportunidade de apresentar detalhes sobre você e suas propostas. Sobre o que colocar, valem as mesmas regras da santinha: foto, número e slogan.
Não há um formato padrão, mas os mais tradicionais são: 21x15cm, que representa 1/2 da folha de A4.
São adesivos redondos para colar na camiseta. A peça deve ter o nome, número, foto e, sempre que for possível, o slogan da campanha.
A única diferença entre elas é que a Pragona (7x7cm) é maior do que a Praguinha (5x5cm).
São adesivos que podem ocupar todo o parabrisa traseiro de carros particulares.
O tamanho é 70x32cm. É possível também colar outros adesivos em outros locais do veículo, mas eles não podem ultrapassar a dimensão máxima do meio metro quadrado.
A Lei Eleitoral não limita o tamanho das bandeiras, apenas atenta para que a utilização ao longo das vias públicas não dificulte o fluxo de pessoas e veículos.
Os cartazes devem repetir como informações das santinhas e praguinhas.
A2, A3 ou A4.
Os materiais gráficos de campanha eleitoral podem ser distribuídos até às 22 horas do dia anterior ao da realização das eleições. Evite a poluição visual, como colocar muitas informações tanto de textos quanto de imagens e, principalmente, fique atenta a maneira como os elementos gráficos são distribuídos em seu material. Use imagens. As eleitoras precisam entender o que é o mais importante no seu conteúdo. As pessoas costumam ficar cansadas quando tem muito texto. Respeite o meio ambiente: a quantidade de impressões jogados na rua durante e após as eleições é um problema. Imprima apenas o suficiente. Se der, use papéis recicláveis e incentivo o eleitorado a não jogar o impresso na rua.
Dicas : Os materiais que forem usados na pré-campanha não podem conter seu número de candidata.
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Conteúdo:
Duda Alcantara, Marcelo Bolzan, Marina Frota e Tulio Malaspina
Redação:
Semayat Oliveira
Redação Final e Edição:
Dandara Lima e Victor Soares
Projeto:
Giulia Fagundes e Thaiz Leão
Facilitação:
Carol Delgado
Coordenação:
Alejandra Parra e Gabi Juns
Esses conteúdos foram desenvolvidos de forma colaborativa durante uma imersão, realizada em março de 2020, que contou com representantes de diversas associações.