Im.pulsa

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Justiça climática e campanhas eleitorais indígenas.

Minha experiência em uma campanha eleitoral indígena.

Minha experiência como comunicadora em uma campanha eleitoral indígena foi marcada por desafios complexos e conquistas significativas. 

Enfrentamos uma força política ultraconservadora que ameaçava os direitos e territórios indígenas, o que exigia uma abordagem estratégica e resiliente. 

No entanto, através da articulação de narrativas que conectam a juventude, a justiça climática e a esperança por um futuro sustentável, conseguimos mobilizar apoio e conscientização em torno das questões urgentes enfrentadas pelas comunidades indígenas.

Me chamo Walelasoepilemãn, mas a maioria das pessoas me conhecem como Pí, sou do Povo Paiter Suruí da Terra Indígena Sete de Setembro que fica localizada no estado de Rondônia. Estudante de Publicidade e Propaganda, comunicadora indígena e fotógrafa. Meu pai Almir Suruí foi candidato a Deputado Federal pelo estado de Rondônia no ano de 2022.

Minha família tem uma longa história de trabalho e convivência harmoniosa com a natureza e a floresta, sempre priorizando a qualidade de vida humana. Em um momento em que o mundo inteiro debate a sustentabilidade e o papel vital das florestas, é essencial desenvolvermos nossa região com responsabilidade. 

Precisamos refletir: qual a política que queremos para o futuro de Rondônia?

Minha participação na construção de uma campanha eleitoral me trouxe uma clara percepção da urgência em contribuir para a preservação da floresta, sem negligenciar o desenvolvimento sustentável. 

Nosso objetivo é alcançar um progresso que não comprometa o meio ambiente, mas que ao contrário, o proteja e valorize. Almejo ver nosso estado, nossas cidades e territórios se destacarem como um exemplo nacional, gerando empregos e renda para nossa população, enquanto mantemos um compromisso inabalável com a preservação ambiental. 

Isso significa adotar práticas de desenvolvimento que integrem tecnologia, educação e, acima de tudo, que respeitem as futuras gerações.

Ai vocês me perguntam: mas Walela, o que foi feito?

Os primeiros passos da campanha eleitoral:

Nossa equipe não tinha muita experiência com campanhas eleitorais, mas fomos atrás de estudar e pesquisar sobre o assunto. A equipe foi formada majoritariamente por indígenas.

Os desafios e as estratégias:

Nossas conquistas:

  1. Aprender com os erros e melhorar na próxima campanha eleitoral.
  2. Ter um bom planejamento de comunicação e marketing feita por indígena para indígenas.
  3. A partir de um plano de comunicação bem feito furar a bolha e atingir mais pessoas com nossos objetivos.
  4. Aproveitar a imagem e influências de pessoas conhecidas e populares para fazer a divulgação das candidaturas.

Como abordar a justiça climática em uma campanha eleitoral?

Comunicar a justiça climática durante uma campanha eleitoral é crucial para conscientizar as eleitoras e eleitores sobre a importância desse tema e demonstrar compromisso com a sustentabilidade ambiental.

Algumas maneiras de abordar a justiça climática durante uma campanha eleitoral:

  1. Divulgar as propostas e criar campanhas que envolvam a realidade da população e a justiça climática. 
  2. Criar estratégias de campanha que enfatizem a importância de garantir que as políticas climáticas sejam para todas as pessoas, trazendo para a realidade da população em que você está inserida.
  3. Durante os discursos, compartilhar como as políticas climáticas podem ser uma oportunidade para promover a justiça social e econômica, criando empregos, melhorando a qualidade do ar e da água e reduzindo as desigualdades sociais e que o estado ou município que você representa se torne um exemplo de geração de renda respeitando o meio ambiente, usando tecnologias como aliada e respeitando nosso futuro.
  4. Destacar nas campanhas a necessidade de cooperação de parceria entre governos, empresas e organizações da sociedade civil para enfrentar efetivamente os desafios climáticos globais.
  5. Respeitar a cultura da candidata dentro do processo de comunicação é fundamental durante a campanha. Além disso, a comunicação precisa ser transparente e de fácil entendimento para o público.

Comunicar a justiça climática a partir dos povos indígenas durante as eleições não apenas enriquece o debate público com perspectivas valiosas, mas também fortalece os esforços para enfrentar a crise climática de maneira inclusiva, equitativa e eficaz.

Juventude, justiça climática e as eleições como um método de esperança.

Campanhas são construídas de narrativas que conectem as pessoas com uma candidatura e suas propostas. Nas eleições, pautas importantes são levadas à sociedade e mais do que nunca, precisamos falar sobre justiça climática.

A narrativa que conecta a juventude, justiça climática e as eleições como um método de esperança para um futuro sustentável pode ser articulada de diversas maneiras destacando o conhecimento ancestral e as experiências das comunidades indígenas.

Mensagens-chave que sustentam esta narrativa “Juventude, justiça climática e as eleições como um método de esperança”:

  1. As comunidades indígenas têm uma profunda ligação com a natureza, baseada em conhecimentos tradicionais sobre os ecossistemas e os ciclos naturais. Essa sabedoria ancestral é uma fonte valiosa para abordar os desafios contemporâneos, incluindo as mudanças climáticas.  Os jovens indígenas são herdeiros deste conhecimento e podem trazer perspectivas únicas sobre como preservar o meio ambiente.
  2. É essencial destacar como as comunidades indígenas são desproporcionalmente afetadas pelas mudanças climáticas, devido à sua dependência direta dos recursos naturais para subsistência. Isso inclui ameaças como o aumento das temperaturas, alterações nos padrões das chuvas e a perda de biodiversidade, que comprometem modos de vida tradicionais.
  3. Ao abordar questões de justiça climática, é fundamental reconhecer que as comunidades indígenas frequentemente contribuem minimamente para as emissões globais de gases de efeito estufa, mas enfrentam desproporcionalmente os impactos.
  4. Fortalecer candidaturas indígenas significa lutar por políticas que promovam a equidade ambiental, dando voz às comunidades afetadas e garantindo sua participação na tomada de decisões.
  5. Ao fortalecer candidaturas indígenas, estamos promovendo uma representação mais diversa e inclusiva, capaz de articular demandas específicas dessas comunidades nos níveis local, regional e nacional.
  6. Os jovens indígenas que se candidatam a cargos públicos não apenas representam suas comunidades, mas também encarnam a esperança de um futuro sustentável. Suas campanhas podem inspirar outras pessoas a se envolverem na luta por políticas ambientais mais justas e eficazes.

Exemplo Prático:

Imagine uma jovem líder indígena que se candidata a um cargo legislativo em sua região. 

Em sua campanha, ela destaca como sua comunidade ancestral tem enfrentado os desafios das mudanças climáticas ao longo dos séculos, e como essas experiências moldaram suas propostas para políticas ambientais mais robustas e inclusivas.

Durante sua campanha, ela organiza eventos comunitários para discutir soluções baseadas no conhecimento tradicional, como práticas agrícolas sustentáveis ​​e conservação de recursos hídricos.

Ela também enfatiza a importância de garantir que os direitos territoriais indígenas sejam respeitados para proteger áreas naturais vitais.

Ao incorporar narrativas sobre justiça climática e sustentabilidade em sua campanha, essa jovem candidata não apenas busca ganhar uma eleição, mas também inspirar uma nova geração de lideranças comprometidas com a proteção do planeta e a garantia de um futuro sustentável para todas as pessoas.

 

 

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