Im.pulsa

Julho 1, 2022. Por Im.pulsa

Violência Política De Gênero

Por Amanda Kássia Brito Ramos 

Mulheres companheiras que estão na trilha das candidaturas, antes de qualquer coisa, queremos te parabenizar por ter aceitado o desafio de ocupar espaços de poder e mudar o Brasil. Sabemos que podem surgir dúvidas e receios, principalmente no que se refere à segurança, tendo a violência política de gênero como uma das principais preocupações. Estamos aqui pra te contar que ESTAMOS JUNTAS e vamos falar mais sobre o tema pra te ajudar a se sentir mais segura.

Antes de falar mais sobre o assunto, adiantamos que por maiores que sejam os medos, nós só conseguiremos mudar essas situações quando tivermos mais mulheres eleitas pensando em políticas públicas.

Então, vamos conhecer mais sobre esse tema com essa guia preparada com muito otimismo. Conte com ela para tomar fôlego e continuar sua jornada política.

Sigamos unidas e juntas.

O que é violência política de gênero

A violência política de gênero pode ser definida como a agressão ou coerção contra a mulher, com a finalidade de impedir ou restringir o acesso aos cargos públicos. Sendo possível acontecer de várias formas, algumas mais evidentes que outras, então fique alerta:

  • Psicológica: Ação cometida no intuito de nos amedrontar através de ameaças, telefonemas e cartas anônimas, para nos afetar psicologicamente e nos fazer desistir;
  • Física: Empurrões, tapas, socos e tudo o que se destina ao nosso corpo físico, com ou sem emprego de armas;
  • Econômica: Sabe quando tentam te impedir de acessar os recursos e bens que você tem direito?! Pois é, o nome disso é violência econômica e quando isso acontece, seja impossibilitando sua campanha ou seu mandato, faça uma denúncia;
  • Simbólica: Quando tentam te impedir de falar, cortam seu microfone, te atacam com olhares de desdém e sorrisinhos maliciosos. Tudo isso são símbolos usados para nos violentar em todas as situações;
  • Sexual: Abraços inoportunos, toques em qualquer parte do nosso corpo sem autorização; insinuar a aproximação; tudo isso configura este tipo de violência. E quando isso é usado para nos constranger ou retirar-nos de espaços políticos, isso também se torna político;

ALGUNS DADOS SOBRE VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO NO BRASIL

A violência política de gênero geralmente é cometida por opositores políticos, mas também pode ser cometida por colegas de partido, que fazem uso principalmente das redes sociais e do mundo virtual para nos atacar (Terra de Direitos e Justiça Global, 2020).

Como identificar situações de violência em sua campanha

Abaixo, estão algumas maneiras de perceber violência política de gênero em sua Campanha:

  1. Gritos ofensivos durante campanhas e comícios;
  2. Telefonemas inoportunos e inesperados;
  3. Microfones cortados e “problemas de som” frequentes apenas em suas falas;
  4. Sumiço de materiais de campanha;
  5. Seguidos episódios de falta de energia justamente nos dias e locais de sua campanha;

Como identificar situações de violência em seu partido político

Agora, fique esperta com algumas situações que podem ocorrer dentro do próprio partido:

  • Espaços comuns na sede de partido quase sempre estão “indisponíveis”’ para suas atividades;
  • Tempo reduzido de fala durante reuniões e encontros;
  • Falta de acesso a dados e informações importantes;
  • Impedimento de votar e ser votada durante reuniões (fique de olho no Estatuto do Partido);
  • Dificuldade de acesso a recursos para campanha e atividades dentro do partido;

FALAR DE PROTEÇÃO É IMPORTANTE

Dicas sobre como se proteger durante a campanha

Depois de descobrir mais sobre violência política de gênero, você já viu que temos que falar de segurança. Então se liga nessas dicas de segurança para sua campanha e sua equipe:

  1. Busque redes de apoio que possam te acompanhar e dar visibilidade a sua campanha e que fiquem atentas à sua segurança e proteção;
  2. NUNCA saia sozinha para a realização de ações de campanha;
  3. Mantenha sua equipe alinhada com você em relação a agenda de campanha. Evite compromissos surpresas ou de última hora;
  4. Procure se reunir em locais públicos, com acesso a serviço de vigilância pública;
  5. Se sentir insegurança ou dúvida sobre algum compromisso de campanha, avalie com sua equipe, ouça as opiniões, mas JAMAIS se arrisque desnecessariamente;
  6. Ative os serviços de rastreamento do seu aparelho e deixe alguém de confiança monitorando seu rastreio; 
  7. Não divulgue seus contatos pessoais durante a campanha, procure manter telefones e e-mails destinados exclusivamente para serem usados na campanha, separados dos de uso pessoal.

O que fazer se sofrer violência

Em caso de sofrer violência SEMPRE DENUNCIE e procure ajuda.

Olha abaixo alguns contatos que podem te ajudar caso algo ocorra contigo:

Sobre a autora: Amanda Kássia Brito Ramos

Graduada em Letras, mulher negra, lésbica, defensora de Direitos Humanos. Coordenadora do Coletivo Amazônico LesBiTrans, Articuladora política do Coletivo de Mulheres Negras “Maria-Maria”.

 

Im.pulsa

Plataforma aberta e gratuita para inspirar, treinar e conectar mulheres, auxiliando-as a superar desafios políticos e produzir campanhas vencedoras. Oferece formação política para mulheres por meio de produtos práticos com linguagem acessível e afetiva. A Im.pulsa é feita por e para mulheres.