Explicando o conceito de candidaturas coletivas
Para começar, por mais que pareça super claro o que é uma candidatura coletiva para quem a compõe ou apoia, para a maioria das pessoas o conceito é novo e pode ser confuso. Ainda é necessário muito trabalho de explicação sobre o que quer dizer na prática essa inovação.
Eleitores geralmente apresentam dúvidas sobre o que as várias pessoas que compõe a candidatura irão fazer, como irão trabalhar juntas, como serão remuneradas, como lidarão com divergências internas. Esse conteúdo não é simples de apresentar em materiais de comunicação, mas precisa aparecer de forma clara e sintética nas peças de campanha, e de forma detalhada em espaços como o site oficial. É importante também sempre buscar uma linguagem simples e de fácil compreensão (incluindo o apoio de fotos e ilustrações), para que a mensagem seja assimilada sem dificuldades pelo maior número de pessoas possível.
Use e abuse das vantagens de uma candidatura coletiva
É importante lembrar que estamos falando da comunicação de uma campanha eleitoral, que precisa seguir todas as normas da Justiça Eleitoral com muita cautela para não gerar riscos de impugnação. Dito isso, é possível pensar de forma criativa, usando os vários perfis que compõem a candidatura coletiva para torná-la mais potente que candidaturas tradicionais.
É importante explorar ao máximo o fato de ser uma candidatura coletiva, ou seja, apresentar a imagem das cocandidatas juntas no maior número possível de materiais. Essa imagem não faz parte do imaginário político atual, por isso, precisa ser apresentada muitas vezes para se tornar mais que aceitável, desejável.
Outro ponto importante, que faz parte do pacote de vantagens da candidatura coletiva, é tentar valorizar cada indivíduo que compõe a candidatura, para que os mesmos sejam também vozes fortes e propulsoras da campanha. Evidenciar cada cocandidata em materiais que tratem das suas pautas de trabalho, garantir que todos tenham sua voz sendo apresentada e buscar para todos destaques em eventos são coisas que contribuem bastante para esse fim. Esteticamente, sugere-se que as fotos do coletivo sejam realizadas com as pessoas em várias posições diferentes, incluindo opções com cada um dos membros em destaque ‒ assim, pode-se escolher a melhor, conforme o contexto. No site e em materiais de comunicação, apresentar as cocandidatas separadamente também é importante, sempre usando o prefixo “co”, porque somente a pessoa com nome na urna pode legalmente ser chamada de “candidata”.
Dicas:
1- Caracterizar a candidatura coletiva
A característica central do conjunto dos perfis que compõem a candidatura coletiva é super importante e precisa estar evidente. Essa característica pode ser a diversidade, como foi o caso da Bancada Ativista, em que os perfis das cocandidatas eram muito diferentes entre si. Na identidade visual, isso foi explorado com uso de cores, definindo uma para cada cocandidata. Poderiamos ter escolhido um caminho diferente e focado em uma característica central temática, por exemplo, construindo uma Bancada Feminista ou uma Frente Coletiva de Cultura, entre muitas outras opções ‒ o que também precisaria ser trabalhado com cuidado em toda a comunicação.
2 – Ampliar o alcance nas redes sociais
Em relação às redes sociais, é necessário (por determinação legal) que apenas um perfil ou página em cada rede social seja cadastrada como a página oficial de campanha, para poder ser impulsionada financeiramente. Postagens em nenhum outro canal ou perfil poderão ser impulsionadas, o que configura crime eleitoral ‒ nem mesmo postagens de apoiadores que decidam fazer o impulsionamento por conta própria. Assim, os perfis pessoais das cocandidatas não podem receber investimento. Nesse cenário, é importante construir uma estratégia de campanha que por um lado aproveite a diversidade de alcance desses perfis, e por outro busque convergir ao máximo as curtidas e o público de um modo geral para as páginas oficiais de campanha.
3 – Mobilizar apoiadoras
Atrair voluntários da área de comunicação é muito importante, especialmente pessoas com experiência em design, produção de texto e produção de vídeo. Também é importante colocar mobilizar apoiadores dispostos a espalhar materiais da campanha por todos os cantos, online e offline. Com um bom time de cocandidatas e uma equipe sólida (ainda que pequena), mas disposta a jogar o frenético jogo eleitoral, é possível fazer uma comunicação poderosa ‒ e mesmo que a candidatura não saia vitoriosa, pode deixar um legado bonito e ainda acumular aprendizados para uma nova tentativa no próximo ciclo eleitoral.
Conteúdos interessantes sobre candidaturas coletivas:
CONFIRA A PUBLICAÇÃO COMPLETA DA BANCADA ATIVISTA: