Incluir a luta pela justiça climática na agenda das candidaturas feministas é um desafio determinante para ampliar o debate entre as pessoas e avançar na formação de políticas públicas.
As mulheres são as mais atingidas pela mudança do clima, segundo a Organização das Nações Unidas.
No Brasil, as populações negras e indígenas, em especial as mulheres, são as mais afetadas pelas mudanças climáticas, é o que dizem a Organização das Nações Unidas (ONU) e o estudo “Injustiça Socioambiental e Racismo Ambiental”, do Instituto Pólis, publicado em julho de 2022.
Nas cidades brasileiras, as famílias de baixa renda se concentram em áreas com menos infraestrutura e serviços ambientais básicos. Essas famílias são chefiadas, em maioria, por mulheres negras com rendimento de até 1 salário mínimo e são, consequentemente, as mais expostas aos impactos da crise climática.
Nesta guia, vamos te ajudar a comunicar esse tema de forma fácil, através de estratégias de comunicação, conectado com problemas cotidianos das cidades e das pessoas, e elencando possíveis soluções.
Contextualizando o problema
Aquecimento global, efeito estufa, mudanças climáticas, racismo ambiental, justiça climática.
Tudo isso parece muito distante da nossa vida, questões apenas para pensar o futuro. Mas, a real é que diz respeito ao presente. Está no nosso dia a dia, interligado a quase tudo: a água que a gente bebe, a chuva que entope o bueiro, alaga as casas e derruba os barrancos, ao calor insuportável, ao busão lotado, a energia cara, ao preço do botijão do gás, a praia poluída, ao rio sem peixe, a terra ruim para plantar.
Tudo isso e muito mais tem a ver com os efeitos das mudanças climáticas, logo, tem a ver com pensar as causas e as soluções para esse problema também no âmbito da política.
Pensar difícil, falar fácil!
Falar de mudanças climáticas parece sempre muito difícil, porque as pessoas costumam abordá-lo de uma forma técnica demais, científica demais, e global demais. Com isso, acabam afastando o interesse de pessoas comuns, em um problema que também é do cotidiano delas.
A sua campanha precisa mostrar que todas as pessoas da sua rua, do seu bairro e da sua cidade não só têm a capacidade de compreender e de debater esse tema, como também podem desempenhar um papel importante na luta por justiça climática, compartilhando soluções e lutando por mudança.
Para isso, é essencial construir uma estratégia de comunicação ancorada em mensagens-chave que vão apresentar, de forma resumida e nítida, porque a sua campanha eleitoral está comprometida com a justiça climática.