Por María Paz Aedo
Nesta fase, você precisará levar suas redes ao mais alto potencial. Para isso, recomendamos que você siga estas etapas:
1. Organize seus contatos
É hora de gerenciar sua agenda, considerando:
- Sua disponibilidade (alta, média ou baixa);
- Tipo de contribuição a solicitar (tempo, materiais, acompanhamento ou ligação);
- Sua carga de trabalho (sobrecarga, em equilíbrio ou baixa capacidade).
Com base nessa avaliação, priorize colegas com alta disponibilidade e que estejam “em equilíbrio” ou abaixo de sua capacidade de contribuição. Reserve os altamente disponíveis, mas sobrecarregados, para as ações em que são realmente essenciais (por exemplo: porta-vozes ou gestão de crises).
Diagrama 1: Esquema para mapeamento de equipe
Tabela 1: Exemplo de revisão e reorganização da equipe, na reta final
Nome/função | Disponibilidade (alta, média ou baixa) | Carga de trabalho | Observações | Inscrição |
Coordenadora Geral de Campanha | Alta | Sobrecarga | Alto estresse. Convidar a delegação, fazer pausas e pedir ajuda. | Porta-voz de gestão e estratégia. |
Coordenadora de Comunicações | Alta | Sobrecarga | Alto estresse. Incorporar voluntário ou estagiário. | Ativação de redes sociais.
Geração de conteúdo. |
Coordenadora de Mobilização | Alta | Sobrecarga | Estresse médio. No momento, é sustentável. | Atualização do mapeamento territorial.
Chamadas para apoiadores e planejamento de eventos. |
Voluntária 1 | Alta | Baixa capacidade | É possível pedir mais apoio. | Apoio às gestões de campanha e territorial. |
Voluntária 2 | Baixa | Baixa capacidade | É possível pedir mais apoio. | Porta a porta. |
3. Coordene sua equipe
Um erro comum de trabalho em equipe é fazer pedidos sem deixar claro aquilo que precisa. Diga o que você quer, direcione claramente para quem irá lhe atender, explique como você deseja e fale exatamente para quando você precisa. Evite, por exemplo, dizer “Eu estava pensando…”, “Será que…” ou “Deveríamos…”. Transforme esses desejos e suposições em pedidos da forma mais explícita possível. Não tenha medo de pedir ajuda: é para isso que servem seus aliados.
Também é uma boa ideia formular o pedido, indicando as condições, caso o que foi solicitado não possa ser cumprido (se isso acontecer, o que faremos?). E é muito importante que a pessoa ou grupo a quem você faça a solicitação tenha capacidade para lhe atender. Por exemplo: pedir a alguém que está historicamente atrasado para reuniões para organizar eventos pode ser bem arriscado.
De qualquer forma, diga aos seus aliados porque a ajuda deles é tão importante e explique o risco que uma tarefa não cumprida pode representar na campanha, principalmente nesta fase crucial.
Exemplos:
- Estabeleça uma meta de seguidores, curtidas e compartilhamentos com a equipe de Comunicação. Com base nisso, peça a todas as companheiras que ativem suas redes para alcançar esses objetivos.
- Estabeleça, com a Coordenadora de Mobilização, uma meta de contatos e apoiadores. Envolva as pessoas que se ofereceram para ajudá-la, fazendo ligações e/ou mandando mensagens para esses contatos, convidando-os a votar em você.
- Peça para a colega que ofereceu algum recurso (mobilização, local de encontro ou outros materiais) para levá-la ao local X, na hora Y.
Dica: Dependendo dos objetivos, comemore e agradeça cada marco alcançado (seguidores, curtidas, recebimento de materiais, entre outros) com os colaboradores, para manter o ânimo elevado. Olhar apenas para o que está faltando pode ser frustrante e estimular o esgotamento.
Sobre a autora: Socióloga, doutora em educação e coach ontológica. Atua na formação de lideranças sociais em temas de ecologia política e ecofeminismo; e na pesquisa sobre instituições ambientais, afetos, resistência e artivismo. Colaborou em vários processos de campanha política e eleitoral no Chile, além de participar ativamente dos movimentos feministas e ambientalistas.