Hoje, testemunhamos a inovação política que elas representam e promovem, construindo uma política com mais coletividade e diversidade.
As pessoas indígenas devem ser protagonistas das políticas indigenistas e também ocupar a política de maneira transversal. Elas podem estar onde quiserem: no planejamento, no orçamento, no desenvolvimento social…
A inovação política das mulheres indígenas é ancestral!
Nos últimos quatro anos, as mulheres indígenas estiveram na linha de frente para conter e denunciar um projeto de governo para o genocídio de seus povos.
Hoje, elas estão ocupando diferentes espaços nos governos estaduais e federal, assumindo seu protagonismo na política indigenista. Juntas elas constroem a partir da coletividade e defendem a diversidade dos 305 povos originários que habitam o Brasil.
Conheça algumas das mulheres indígenas que estão aldeando a política:
À frente do primeiro Ministério dos Povos Indígenas do Brasil está Sônia Guajajara. Sônia é uma indígena maranhense, que se destaca pelo ativismo indígena e ambiental. Reconhecida internacionalmente, ela está na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, feita pela Revista Time.
Sônia caminhará ao lado de outras mulheres indígenas como: Joziléia Kaingang, Chefe de Gabinete do Ministério, Kerexu Yxapyry, Secretaria de Direitos Ambientais e Territoriais Indígena, Juma Xipaia, Secretária de Articulação e Promoção dos Direitos Indígenas e Ceiça Pitaguary, Secretaria de Gestão e Proteção Territorial Indígena.
Na liderança da Fundação Nacional do Índio, que passa a se chamar Fundação Nacional dos Povos Indígenas, está Joenia Wapichana. Em mais de cinco décadas de existência, é a primeira vez que a FUNAI, órgão federal responsável pela política indigenista brasileira, será presidido por uma mulher indígena. Joenia foi a primeira mulher indígena a exercer a advocacia no país e também a primeira deputada federal indígena do Brasil.
Puyr Tembé é a primeira mulher indígena a ocupar o cargo de Secretária dos Povos Indígenas do Estado do Pará. Puyr é uma liderança e ativista indígena, mobilizadora e organizadora das marchas das mulheres indígenas, co-fundadora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade – ANMIGA.
No estado do Pará vivem mais de 57 povos e mais de 60 mil indígenas.
Simone Karipuna assume a Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas no Amapá. Simone é Indígena Juminã da aldeia Kunanã, no município de Oiapoque (AP). Ativista indígena desde os 09 anos de idade, formada em Assistência Social e co-fundadora da ANMIGA.
No estado do Amapá vivem mais de 10 mil indígenas, que fazem parte de 9 etnias.
Juliana Alves Jenipapo é a primeira Secretária dos Povos Indígenas do Ceará. Juliana é Cacika Irê do povo Jenipapo-Kanindé, co-fundadora da ANMIGA, vice-coordenadora da Articulação de Mulheres Indígenas do Ceará e antropóloga.
Estima-se que no Ceará vivam mais de 36 mil indígenas, de 15 povos e em 20 municípios.
Narubia Werreria é Secretária dos Povos Originários e Tradicionais no Tocantins. Narubia é originária do Povo Iny, artivista, poeta, artista plástica, cantora, compositora e produtora cultural.
Estima-se que no Tocantins vivam mais de 14 mil indígenas, distribuídos em 9 povos.
Patrícia Pataxó será a Superintendente dos Povos Indígenas, na Secretaria da Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia. Patrícia é natural do território indígena Caramuru Catarina, advogada especialista em Direitos Humanos pela Universidade Federal da Bahia e membro do Observatório de Direitos Indígenas Nacional.
Mais de 56 mil indígenas vivem no estado da Bahia.
Segundo o CENSO de 2010 a Bahia é o terceiro estado com a maior população autodeclarada indígena do país.
“O começo de um novo tempo” – Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas do Brasil
Sobre a autora: Dany Fioravanti é uma comunicadora ativista com 13 anos de experiência e pós-graduanda em Políticas de Cuidado e Gênero pela CLACSO (Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais). Trabalhou na ONG TECHO, na Secretaria de Políticas e Promoção da Mulher do Rio e está coordenadora de comunicação na Im.pulsa.
danyelle
Dany Fioravanti é comunicadora - ativista e periférica - com 14 anos de experiência em causas como desigualdade, gênero e diversidades, educação ambiental e participação política. Trabalhou em projetos sociais no Brasil e no Equador. Foi Assessora Especial de Comunicação da Secretaria de Políticas e Promoção da Mulher da Cidade do Rio e, atualmente coordena a Im.pulsa. Dany também é Especialista em Políticas do Cuidado com perspectiva de gênero pelo CLACSO.
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