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Setembro 20, 2022. Por Javiera Martinez

Noções básicas de planejamento e etapas de campanha

Este contenido forma parte del curso Primeiros passos da estratégia de campanha eleitoral

Sugerimos  que o desenho da estratégia visualize processos, tempos e gestores. E é por isso que, dentro das equipes e processos de campanha, é importante ter pessoas que possam realizar as diferentes tarefas. Vamos ver!

Noções básicas para planejar uma campanha eleitoral e identificar suas principais etapas.

Intuitivamente, principalmente em ambientes altamente politizados, o excesso de concentração de habilidades e “pessoa-hora” na parte da estratégia e negociação política costuma acontecer. Porém, há pouca concentração no desdobramento tático e operacional. Em contrapartida, em campanhas menos politizadas, há uma concentração no desdobramento operacional e desconcentração estratégica.

Portanto, é importante reconhecer e se familiarizar com os três níveis de planejamento estratégico:

  1. Nível estratégico: este nível corresponde às definições mais gerais e de alto nível da campanha. Ele dita decisões de longo prazo. Por exemplo: a estratégia política e eleitoral, o posicionamento da candidatura, as definições programáticas, a história e os grandes marcos da campanha. 
  2. Nível tático: refere-se ao desdobramento tático da estratégia. Define por meio de quais canais ou plataformas são realizadas as ações estratégicos e com quais recursos (o processo orçamentário costuma estar neste plano) essas ações são realizados. O merchandising escolhido e até mesmo o organograma da campanha se encontram aqui.
  3. Nível operacional: refere-se às atividades do dia a dia do desdobramento tático, como coordenação logística, compra de insumos, distribuição de material, ativações territoriais e lançamentos em redes sociais. 

Noções básicas de planejamento e etapas de campanha

Na tabela a seguir, há dois exemplos de definições estratégicas com sua implantação e tarefas associadas:

Definição estratégica Implementação tática Tarefas operacionais
90% do nosso eleitorado tem menos de 25 anos. Para alcançá-lo, usaremos, principalmente, redes sociais. Por isso, teremos um orçamento para investir nelas e, também, para contratar uma pessoa em tempo integral. Duas publicações diárias, selecionando o conteúdo de acordo com as diretrizes da campanha, respondendo a perguntas, interagindo, seguindo influenciadores e etc. 
Nossa proposta estrela é implementar um Sistema Nacional de Atenção. Daremos a este conteúdo um espaço especial na campanha eitoral. Contataremos especialistas no assunto para treinar o voluntariado e teremos merchandising especial para isso.  Fazer merchandising, entrar em contato com os especialistas e se preocupar em realizar o trabalho com eles.

Tão importante quanto reconhecer a que nível de planejamento pertence cada uma das decisões é reconhecer por quem e onde cada uma das decisões é tomada: por quais pessoas? em quais reuniões?

As campanhas têm ritmo vertiginoso! Há muitas decisões a tomar em pouco tempo. Por isso, a determinação de papéis dentro das equipes de campanha é fundamental. Por exemplo: se a coordenadora de campanha está preocupada em encomendar merchandising ou com tarefas logísticas e administrativas, será difícil para ela ter tempo para se concentrar na contingência de problemas e decisões estratégicas no dia a dia. 

A especificidade das tarefas e responsabilidades é o eixo fundamental da ordem da equipe. Daí a importância do desenho do organograma e da sua correta aplicação, para que todos saibam qual é a ordem interna. 

A sala de guerra

Há um espaço chave das campanhas, que é preciso visualizar: a sala de guerra.

É o cérebro da campanha política, onde, no dia a dia, são tomadas as decisões estratégicas. Pode ser referenciado geograficamente (como um escritório), mas, nos tempos atuais, geralmente assume a forma de bate-papo de coordenação. Todas as pessoas necessárias devem participar, para que a campanha funcione e para que a candidata seja relevante.

Muitas vezes, esse espaço é criado informalmente, às pressas, entre amigos, familiares ou figuras do partido, sem tanta clareza em relação à equipe; e acabam tendo um peso não orgânico importante, que desequilibra a ordem interna. Para evitar isso, é importante definir quem estará nessa sala de guerra, pois estas pessoas terão um papel fundamental na gestão de crises, que é parte inevitável de qualquer campanha.

Etapas e desafios da campanha

Por fim, é importante entender as etapas da campanha e determinar quais desafios são prioritários em cada fase. É essencial que o desenho dos processos de campanha seja incrementado em termos de esforços e recursos.

Isso não significa dispensar energias, mas, sim, deixar claro que a construção da força de campanha tem agentes e intensidades-chave em cada nível.

É desejável construir o desdobramento geral a partir dos eleitores “hard”, que estão comprometidos e acompanham o projeto desde o início para, ainda por cima, crescer em todos os aspectos, número de voluntários, votos, recursos, atividades de implantação e etc.

Cada campanha tem suas particularidades e não existem fórmulas únicas para seu desenho. Mesmo assim, existem três etapas clássicas que são recomendadas para a estrutura geral: 1) a instalação da candidata e o estabelecimento da necessidade de mudança, 2) o chamado à ação e mobilização para alcançar a mudança e, por fim, 3) o apelo à urgência que pressiona a amarração do voto. 

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Leia também o guia “Campanhas eleitorais para transformar a realidade”, de Javiera Martínez.

Javiera Martinez

Es Ingenieria Civil Industrial de la PUC, MSc en Ciencia Política de New York University. Tiene experiencia en campañas y diseños electorales. Entre estas se cuentan campañas universitarias, la del diputado Giorgio Jackson (2013), de Revolución Democrática (2016-2017) y asesorías en otras campañas electorales.