14 dicas rápidas de comunicação que vão te ajudar na sua campanha eleitoral.
8 de setembro de 2022
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Por Luna Costa
Vamos de dicas rápidas para conquistar mais votos na sua campanha eleitoral?
Essas 14 dicas vão te ajudar na conquista de votos, fazendo uma comunicação eleitoral e política muito mais mobilizadora e estratégica.
1. Se você não mobiliza emoções, você não mobiliza nada.
Há uma máxima na comunicação política que diz: venda o brownie, não a receita. A história a ser contada é como o brownie está ligado ao bem estar, à memória afetiva e à felicidade, e não a receita, como quantidades de ovos, manteiga e farinha. Mobilizar emoções não quer dizer também fazer uma narrativa completamente lúdica. É possível mobilizar emoções e fazer propostas tangíveis e conectadas à vida real, como se deve ser.
Veja o exemplo da campanha de Alexandria Ocasio nos Estados Unidos, em 2019.
2. Mostre que a sua campanha está cheia de gente mobilizada.
Ver que muitas pessoas estão juntas na campanha faz com que mais pessoas queiram se juntar. Isso também corrobora que a sua candidatura é uma candidatura coletiva. Aos poucos, você vai gerando o sentimento do efeito manada e as pessoas vão junto ao verem pessoas juntas.
3. Conte a sua história conectando com o seu público.
Quando você fala de si, você também fala do mundo, mostre que a sua história conecta com mais as de tantas outras pessoas. As pessoas se conectam por histórias e precisam se identificar.
Veja o exemplo da campanha de Marielle Franco no Rio de Janeiro, em 2016.
4. Pesquise e meça tudo o que puder.
Muitas vezes gastamos tempo e investimos recursos no tempo corrido da campanha e nem sabemos se de fato aquela comunicação está funcionando. Tem muitas ferramentas gratuitas, até das próprias plataformas, que mostram como foram as métricas de cada peça. Fique atenta a essas métricas e aprofunde no que deu certo.
5. Dê abertura e mostre os caminhos como as pessoas podem se engajar na campanha.
Apresente ações escalonáveis e escaláveis que as pessoas podem fazer, como por exemplo: entrando no grupo do WhatsApp/Telegram, recebendo chamados por email, compartilhando os conteúdos nas redes, recebendo material e distribuindo no seu território, sendo voluntário da campanha. Nos grupos de WhatsApp, é possível também fazer missões diárias/semanais para quem estiver mais engajado, como por exemplo: virar o voto de três pessoas que você conhece, conversar com as pessoas no trabalho ou na faculdade, conseguir 5 doações para a campanha, e por aí vai.
Veja o exemplo da campanha da Francia Marquez na Colômbia, em 2022.
6. Massifique o número da chapa e o seu rosto em todos os lugares.
Seja na foto de perfil, no nome do usuário, nos adesivos, nos panfletos e em especial no jingle, o número da chapa precisa estar presente e em destaque.
7. Ponto de quebra: traga elementos que humanizem a candidata.
Em geral, as pessoas costumam ter um olhar não muito favorável para políticos. Então tente baixar as barreiras, um ponto de quebra, trazendo características e hábitos reais da candidata que ajudem a humanizá-la e a conectar com seu público. É muito importante que esses hábitos sejam reais e não fique forçado, como o famoso comer pastel na feira dos políticos em época de campanha.
Veja o exemplo da campanha da Francia Marquez na Colômbia, em 2022.
8. Nem sempre a protagonista tem que ser a candidata. As personas são suas aliadas.
Algumas peças podem focar mais nas personas, figuras que simbolizam determinados públicos da campanha. Às vezes é muito mais eficiente do que mostrar o candidato em certa situação que fica forçado. Além disso, isso mostra que a sua candidatura representa uma coletividade.
Veja o exemplo da campanha da Francia Marquez na Colômbia, em 2022.
9. Mapeie redes de ampliação e influência: figuras públicas, movimentos e coletivos.
Ao longo dos anos, nós e as pessoas que constroem as campanhas vamos construindo redes e vínculos com uma série de pessoas, figuras públicas de partidos, movimentos e coletivos. Essas atrizes e atores nos ajudam a expandir o alcance da nossa comunicação e potencializam muitas ações. Não deixe de mapeá-los, como em uma planilha, e ativá-los para fazer ondas de compartilhamentos de peças de comunicação ou até mesmo sugerir vídeos de apoio para a campanha. Esse é um exercício para todas e todos da campanha fazerem.
10. Impulsione com estratégia.
Hoje em dia é muito comum os anúncios nas redes sociais, mas pensar em impulsionamento em comunicação política é definir qual tipo de peça é melhor ser impulsionada de forma que o objetivo seja o engajamento e canalizar quem recebe o conteúdo para algum local ou ação.
Então, vale impulsionar peças maiores da campanha, como um vídeo da bio da candidata ou o vídeo conceito da campanha, mas que no texto do anúncio tenha uma forma das pessoas se engajarem, que pode ser convidando a conhecer mais e ir para o site ou se inscrever para receber chamados da campanha. Outra peça a ser impulsionada visando o engajamento pode ser a chamada para algum comício ou agenda da campanha, em que se irá canalizar a ação para as pessoas participarem de um encontro.
11. Tente fazer táticas de engajamento fora da caixa.
Na correria do dia a dia, às vezes ligamos no automático e esquecemos de ativar a nossa criatividade. Pensar em ações e táticas de engajamento diferentes, em especial aquelas presenciais, nos ajudam a baixar a barreira de possíveis eleitores, ativar questões lúdicas e o imaginário daquilo que queremos mobilizar.
Veja o exemplo de mobilização do madato de Alexandria Ocasio nos Estados Unidos.
12. Responda as dúvidas e os comentários, mas não alimente os trolls.
Interaja sempre, seja para agradecer e celebrar os apoios, seja para tirar dúvidas. Isso será importante para converter aqueles que estão indecisos ou apenas repetindo algo que ouviu. Mostre também que tem pessoas respondendo e não uma instituição. Até os BOTs (robôs virtuais) imitam pessoas. Em especial durante uma crise, é preciso responder rápido, de forma transparente, com coerência e usando exemplos concretos.
13. Construa a sua teoria da mudança e o fio narrativo da sua campanha.
A narrativa é o coração da comunicação política. Ela é a moldura que vamos dar para a história que vamos contar e que irá mobilizar emoções. Construir uma narrativa de jornada coletiva, que comece apresentando o contextos e os desafios, e mostre as saídas para solucionar estes problemas, ajudam a engajar e a persuadir o seu público. Para isso, é importante criar uma sensação de causa e consequência, ou seja, que somente conseguiremos alcançar a solução se a pessoa se juntar e agir junto. Abaixo tem exemplos de como você pode ajudar a construir a jornada coletiva e como construir a teoria da mudança.
14. Não esqueça do convite, termine sempre com um chamado para ação.
Ao terminar a sua narrativa e construir a sua teoria da mudança, faça sempre um convite. Fazer diretamente esse chamado contribui para o engajamento das pessoas e para alcançar o objetivo que queremos de mobilização. Há uma curva de engajamento, que cruza tempo e esforço, conforme mostra o gráfico abaixo, que você pode ir construindo aos poucos com a rede de pessoas e voluntários que apoiam a campanha. Conforme for passando o tempo, você pode aumentando o grau de complexidade do chamado.
Saiba mais sobre comunicação para campanhas eleitorais:
Quais são os primeiros passos a dar para desenhar uma boa estratégia de comunicação para a campanha
Sobre a Autora: Luna é comunicadora, formada em Comunicação Social, com extensão em Mídia, Violência e Direitos Humanos na UFRJ, mestranda em Cultura e Territorialidades pela UFF, e pesquisadora no Grupo de Estudos sobre Comunicação, Cultura e Sociedade. Trabalha há 7 anos com comunicação política, trabalhou na campanha à prefeitura de Marcelo Freixo e Luciana Boiteux em 2016, foi assessora de comunicação no mandato da vereadora Marielle Franco e coordenadora de comunicação no mandato da Deputada Estadual Monica Francisco. Em 2021, foi consultora nacional de comunicação na ONU Mulheres na área de enfrentamento à violência contra mulheres e meninas e atualmente é gestora de comunicação no Instituto Marielle Franco. É também cofundadora da CHAMA, agência-rede de profissionais de comunicação e mobilização.
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